Se é para falar em emergências, temos tantas que perdemos a conta. As climáticas estão na Ordem do Dia. Mas é preciso cavar espaço – e agora, daqui a poucos dias, é a eleição mais importante para isso – para as que estão ao nosso redor, em nossas cidades, as emergências urbanas, por menor que sejam, em capitais ou interior. Todas são urgentes, muito urgentes. E até mais fáceis de resolver. Zeladoria, já!
É hora de dar um basta à enrolação municipal. Ficar ouvindo a propaganda política chega a dar nos nossos nervos. Aqui em São Paulo, e creio que não deve ser lá muito diferente em outros lugares, a campanha de candidatos a vereadores chega a ser engraçada, com um misto de gente variadíssima gritando números e pedindo votos por motivos que mostram que realmente não têm qualquer noção do que é vereança, do que é a Câmara Municipal, e ninguém sabe como e de onde apareceram. Pensam que é ganhar dinheiro e dar nome de ruas. Um quer ser o Bolsonaro, que aliás aparece de vez em quando e parece pedir voto nele próprio para vereador. Tem uma cubana, umas que se dizem ou ameaçadas por Lula, ou que praticamente existem para lutar conta ele. Oi?
Muitos pastores, pastoras, citações bíblicas; outros novamente usando tragédias pessoais, como a mãe da Isabela Nardoni. Os animais, pets, realmente estarão na Câmara sentadinhos se pelos menos uns dois ou três das dezenas que os “defendem” conseguirem entrar. Tem os que dizem que fizeram tanta coisa que, puxa, podiam se candidatar até para prefeito – seriam melhores que o estouvado moleque absurdo do boné. E os que anexam aos seus nomes umas coisinhas esquisitas? - como o do Bar, do Açougue, da pia da cozinha, doutor isso, pastor aquilo. Os que aparecem com padrinhos, e a maior parte padrinhos bem pouco recomendáveis que a gente já conhece bem o que não fizeram quando eleitos.
A cidade de São Paulo há alguns meses parece estar em obras, e claro que antecedendo a eleição de forma que a gente note e ache que trabalharam assim o tempo inteiro. Até atrapalham para serem vistos fazendo buracos, asfaltando, pintando e bordando. Remendando, na verdade. Na realidade, a zeladoria urbana está um desastre e não é de hoje.
Tá bem, que a população também não ajuda. Mas falta incentivo. Se tudo estivesse cuidado, limpo como vemos (e suspiramos) em imagens de outros países, sem um papelzinho no chão, quem sabe? Mas o lixo se espalha nas ruas, e se há latas de lixo, acredite, todas transbordam de boca cheia, inclusive em importantes áreas turísticas. Vergonha.
Ah, as calçadas! Saquinhos de lixo com cocô de cachorros recolhidos podem ser encontrados nos pés das árvores (insisto: #ÁrvoreNãoÉLixeira), no meio fio, poucos no lixo onde deveriam estar, se catados realmente o fossem com civilidade. Claro, isso quando catado, não é mesmo? Se pisar em cocô desse sorte estaríamos feitos. Buracos! Pedras soltas! Catapimba. Tente andar sem olhar para baixo nas ruas dessa cidade.
O trânsito por aqui está uma espécie de Índia. Querem acabar com os radares, mas andam pondo alguns em lugares que ninguém precisa, a não ser que você pense que eles estão mesmo cuidando de sua segurança.
Cidade. Atenção ao que acontece. É seu condomínio. A de São Paulo é grande o suficiente para a gente não conseguir ver tudo e acabar até caindo na arapuca de acreditar em muita coisa que dizem que fizeram lá longe. Uma só, para dar exemplo, e com informação vinda de quem mais precisa: alguém da imprensa foi lá dar uma olhada no tal transporte hidroviário que o prefeito se gaba de ter feito na Represa Billings? Realmente fez. Eles diz que em 17 minutos a população atravessa, o que antes levava mais de hora para transpor. Só que ninguém está contando a fila de horas que os passageiros levam só para entrar na balsinha cambaleante, onde cabem poucos por vez, e que me descrevem como bastante insegura.
Nas emergências urbanas, a lista é bem maior, poluição do ar, sonora, visual são a moldura do quadro de inúmeras situações de risco a que estamos expostos.
Por favor, pensem bem nessas emergências antes de votar.